Artigo publicado no Jornal O DIA/RJ.
‘Educar’ vem do latim educare, por sua vez ligado a educere, verbo composto do prefixo ex (fora) e ducere (conduzir, levar), e significa literalmente ‘conduzir para fora’, ou seja, preparar o indivíduo para o mundo. Tem a sua essência no método maiêutico criado por Sócrates, que tem como pressuposto, não oferecer respostas, mas fazer novas perguntas que guiem o educando para dentro de si, em busca da resposta. Logo, o primeiro requisito para educarmos uma pessoa é acreditar que existem respostas dentro dela.
A educação familiar tem como objetivo, proporcionar crescimento e desenvolvimento pessoal a seus indivíduos, mediante valores dignos, para que seja possível sua convivência em sociedade. Dessa forma, a principal tarefa dos pais é desenvolver independência emocional, autodisciplina, capacidades e valores morais. A independência emocional fundamenta o amadurecimento, a autodisciplina e as capacidades embasam o desenvolvimento pessoal e por fim, os valores morais possibilitam o convívio em sociedade. Educar, na família, tem caráter individual, privado. Educamos nossos filhos para que se tornem pessoas cada vez mais realizadas, autorreguladas e socializadas. É preciso que fiquemos atentos aos seus desejos, suas habilidades, seu nível de autocontrole e autodisciplina e sua capacidade de aceitar e ser bem aceitos pelos outros.
A educação escolar tem como principal foco a transmissão do conhecimento acumulado ao longo do tempo, a difusão do que a sociedade acha importante ser transmitido às novas gerações. Logo, a principal tarefa da escola é transmitir os conhecimentos consagrados, ensinar os procedimentos adequados e desenvolver as atitudes socialmente aceitas. Educar, na escola, tem caráter grupal, coletivo. Educamos nossos alunos para que se tornem pessoas mais cultas, mais habilidosas na capacidade de aprender e de interagir com as pessoas e com as regras sociais. A escola precisa estar atenta ao que o aluno sabe, às formas como ele lida com o conhecimento, à maneira como ele interage com outras pessoas e com as regras.
Segundo Paulo Freire, só é possível educar a partir da esperança. Quando a esperança acaba, a possibilidade de educar acaba junto. Quando os pais dizem que desistiram do filho ou o professor que desistiu do aluno, morreu aí a possibilidade de educa-los. Educar é, acima de tudo, questão de fé nas possibilidades do ser humano.