Na última quinzena, o panorama macro educacional brasileiro foi marcado por notícias nada animadoras. O Relatório da UNESCO apontou o não cumprimento da maior parte dos compromissos assumidos no Encontro de Dacar no ano de 2000; foi anunciada a redução do orçamento da Educação proveniente do Pré-Sal em quase 2 bilhões de reais e as greves de professores que se alastram pelo país são três notícias que, se reunidas, podem, facilmente configurar um contexto pessimista e de descrença na concretização das metas do PNE – Plano Nacional de Educação.
O relatório da UNESCO diz que embora a Educação brasileira tenha avançado, o Brasil cumpriu apenas duas das seis metas. O Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos 2000-2015: Progressos e Desafios aponta que o Brasil alcançou a Educação Primária Universal, ou seja, conseguimos colocar na escola as crianças em faixa escolar correspondente ao primeiro segmento do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano), incluindo as minorias étnicas e as crianças marginalizadas e alcançamos a paridade e a igualdade de gênero, conseguindo manter o equilíbrio entre meninos e meninas. Entre as metas não atingidas estão a expansão da Educação Infantil, os cuidados com a primeira infância e a redução de 50% no nível de analfabetismo de adultos. O Marco de Ação de Dacar foi assinado por 164 países. A UNESCO acompanhou o progresso de cada país nesses 15 anos. Após esse prazo, será realizado novo encontro, dessa vez em Seul, em maio desse ano, para que o grupo de países defina novas metas para serem cumpridas até 2030.
O Governo previu no projeto orçamentário de 2015, R$ 8,7 bilhões para a educação. A verba já caiu para R$ 7 bilhões e, devido ao ajuste promovido nas contas do governo, corre sério risco de cair ainda mais. A arrecadação dos recursos para a educação foi afetada, entre outros fatores, pelo baixo preço do petróleo no mercado mundial e pela crise na Petrobras.
A greve dos professores da rede estadual de São Paulo já ultrapassou um mês e não demonstra sinais de um acordo. Os professores da rede estadual de Pernambuco entraram em greve no dia 11 de abril e cobram os reajustes salariais compatíveis com a sua formação.
O que preocupa é que em Educação, as más notícias se apresentam no macro contexto e as boas nos chegam no micro contexto sob forma de alguns projetos bem sucedidos. Apeguemo-nos a eles!